sábado, 26 de outubro de 2013

Sobre vandalismo, correnteza e intolerâcia na CMN



Passado o episódio da Ocupação da Câmara, com as lamentáveis cenas de ontem contra jornalistas barras limpas, uma pauta interessante agora seria assuntar sobre a volta da reeleição do seu presidente.
Né não? Também seria o momento da CMN começar a cumprir a Lei de Acesso à Informação, divulgando a relação dos servidores e seus respectivos salários. MP, TJ e Governo do Estado já o fazem, porque Assembleia legislativa e CMN também não o fazem? O que tem a esconder da população?

Os ocupantes meteram os pés pelas mãos quando usaram da força contra jornalistas sérios, barras limpas. Não se constrói um ambiente de democracia e liberdades pela truculência. O cerco aos jornalistas é semelhante ao protagonizado pela Guarda Municipal e PM em episódios recentes: pura covardia.

Danos ao patrimônio público e à memória de Felipe Camarão não ajudam a garantir o Passe Livre e a mobilidade humana para todos em Natal. E a truculência contra os jornalistas e as pichações será usada habilmente pelos assalariados do presidente da CMN para lhe colocar uma inimaginável face de Estadista.

O amontoado de lixo que restou na frente da CMN é bem menor do que o que tem no seu interior "derna" a Operação Impacto. Os conchavos, trocas de nomeações e os pistoleiros de aluguel, só saberemos quando a Lei de Acesso à Informação começar a vogar também "na casa do povo". Quando se enfrenta um inimigo , o embate há que ser travado de maneira altaneira e cívica, de cara aberta como bem clivou Dona Maria Prestes e respeitando a diversidade de opiniões e os seres humanos em geral. A violência, que já foi revolucionária, hoje, serve tão somente para fortalecer os mantenedores do status quo injusto privado e sedimentar a hierarquia econômica.

Não permitamos que as agressões a Silvio e Wladimir e os entulhos e pichações, transformem Dickson num estadista, como Bin Laden fez com o sanguinário Bush.

A CMN prepara-se para aprovar a possibilidade do presidente reeleger-se. Por mais que tenha tido excessos no episódio, nada se compara a mais esse golpe contra a Democracia, o bom senso e a Cidadania.

A Casa que já contou com figuras cívicas e intelectuais como Érico Hacradt, Sérgio Dieb, Juliano Siqueira e Fernando Mineiro e até Edis de feitio conservador, mas íntegros, como Américo Godeiro e Roldão Diniz, precisa inaugurar um novo tempo. Para tal deve reprovar a reeleição do seu presidente e o vandalismo político que voga entre suas 4 paredes. Ou se reinventa a política ou a intolerância continuará a fazer seus estragos.

Ou como bem pontuou Bertold Brecht : "Um rio que tudo arrasta se diz violento, mas não se dizem violentas as margens que o oprimem."



Marcos Dionisio Medeiros Caldas
Conselho Estadual de Direitos Humanos

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