segunda-feira, 29 de julho de 2013

Planejamento Urbano e Segurança Pública em Ponta Negra


A vista curta da sociedade e dos nossos governos, sejam eles municipal ou estadual, faz com que não enxerguemos soluções para a segurança pública além do policiamento ostensivo e da repressão violenta.

Entretanto, a insegurança e a violência são reflexos do valor da terra urbana, da segregação social, da má distribuição de renda, da falta de transparência e discussão sobre planejamento e a falta de uso dos recursos públicos em obras, políticas públicas e projetos. O trafico e o consumo de drogas são também consequências dessa falta de estrutura das cidades e dos gestores em garantir aos cidadãos acesso e oportunidade de emprego e a condições digna de vida, por meio da garantia dos direitos humanos e do cidadão. 

Alternativa a esse modelo opressor de policiamento e controle da sociedade é atuar na base dos problemas urbanos: garantir educação e emprego, condições de moradia próximas ao trabalho, lazer e acesso a todos os espaços, equipamentos e serviços urbanos, além de praticar a gestão democrática, ouvindo e atendendo aos anseios da sociedade. 

Outras soluções passam pelas discussões do Plano Diretor da cidade, que define a diversidade de usos em um mesmo bairro. Segundo pesquisa, a presença de estabelecimentos comerciais e empreendimentos ambulantes podem gerar segurança para uma área de 200 metros de raio, ideal para bairros residenciais. É claro que precisa haver planejamento urbano integrado e regras claras para garantir a convivência pacífica com os demais estabelecimentos como a higiene, salubridade e o pagamento de impostos, mas, não se pode ter uma visão retrógrada e simplista e proibir tais atividades, principalmente durante a noite, quando o movimento da cidade praticamente desaparece. 

Cabe um destaque as iniciativas de grupos sociais e de cidadãos de forma isolada, que ao perceberem que as movimentações em espaços anteriormente escuros, desertos e desintegrados da vida cotidiana das pessoas, ampliam a segurança habitacional, buscam com reivindicações e com ações práticas a conservação de praças, quadras poliesportivas, de lazer e requerem iluminação pública adequada. Isto, além de movimentar a cidade promove movimento e envolvimento das pessoas. 

O bom senso, a criatividade, a tolerância e sensibilidade são necessários para um planejamento sustentável e seguro de bairros inteligentes. 

Por
Rodolfo Alves | Bel. Comunicação Social (PPG) e Esp. Em Gestão Pública.
Contribuição:
Camila Furukava | Arquiteta Urbanista e Prof. da UFRN

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