segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sobre o boom imobiliário e estacionamentos de veículos


A relação entre estes dois fatos aparentemente não tem uma ligação direta, entretanto, se analisarmos os mesmos, com o objetivo de tentar equacionar a relação existente entre espaço público e cidadania, poderemos visualizar certa relação, em decorrência de algumas transformações que vem ocorrendo em Natal.


O crescimento imobiliário, nos últimos anos, vem cada vez mais se expandindo para áreas verdes, esmagando espaços coletivos da população natalense, em prol da construção de condomínios verticais e horizontais. 

Observa-se também um limite entre cultura (cidade) e natureza (paisagem), sobretudo, no caso do crescimento (desordenado) do setor imobiliário, e da proliferação de condomínios fechados. 

Já em relação ao estacionamento de veículos, constata-se que a ocupação deste espaço social pelos carros é uma arrogância, desta forma, passa-se a requalificação do espaço, ou seja, aquilo que era público torna-se privado, ou privatizado. 

Verifica-se assim, uma forte relação entre espaço público e cidadania, entretanto, devido às transformações sociais e físicas da cidade, tais conceitos, tanto de espaço público, como de cidadania também se modificam. O que nos leva a questionar se o espaço construído é cada vez mais antiurbano. 

Além disso, devemos levar em consideração a modificação do espaço da cidade pelo fator tempo. A solução é o equilíbrio para que se tente equacionar essa questão.

Os espaços públicos urbanos que se caracterizam como lugares de encontros, trocas, e vivências múltiplas, são negados nos processos de desigualdade social, segregação espacial e violência urbana que marcam a realidade das cidades contemporâneas, sejam elas grandes metrópoles ou cidades médias.

Então se considera que o direito à cidade fica seriamente comprometido à existência de lugares de vida pública. A luta pelo direito da existência de espaços públicos urbanos se fortalece mútua e cotidianamente, da mesma forma que esses espaços se esvaziam com a perda dos direitos à cidade pela maioria da população.

Por
Rodolfo Alves | Bel. Comunicação Social (PPG) e Esp. Em Gestão Pública.

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